quarta-feira, 20 de abril de 2022

 

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIOGRANDE DO SUL
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO SOCIAL
INTRODUÇAO À FOTOGRAFIA
PROFª SANDRA MARIA LÚCIA PEREIRA GONÇALVES

 

 

Isabel Ayala[1]

 

  

análise de imagem

  

Introdução

 

            Este trabalho trata-se de atividade complementar da Disciplina Introdução à Fotografia (2021/2), ministrada pela Professora Sandra Maria Gonçalves. Realizado pela aluna Isabel Ayala, o objetivo deste é apresentar a análise de uma imagem registrada pela fotógrafa Claudia Andujar. A imagem, em questão, foi a escolhida entre três propostas de imagens de diferentes profissionais, oferecidas para o exercício.

            Sobre a fotógrafa: Claudia Andujar nasceu na Suíça em 1931 e em 1955 veio ao Brasil para reencontrar a mãe e decidiu estabelecer-se no país, onde deu início à carreira de fotógrafa. Claudia transformou a fotografia em instrumento de trabalho e de contato com as realidades brasileiras e colaborou com revistas nacionais e internacionais.

            Sobre a  imagem: A fotografia, objeto de análise deste trabalho, faz parte de uma fase da carreira de Claudia Andujar, a qual é dedicada à cultura e modo de viver do povo Yanomami no Brasil.

            A análise da imagem é feita após pesquisa referente à vida e trabalho da profissional e do contexto da cultura da pessoa registrada, assim como o ambiente em que ambas se encontram. A seguir, os níveis perceptivos abordados, observados durante realização da análise, os quais possibilitaram uma melhor leitura fotográfica e compreensão da imagem.

   

Imagem       

            A imagem traz uma pessoa em atividade, aparentemente de caça, em meio a um ambiente de floresta e traz a sensação ou ideia de movimento.

 

                                                                            Foto: Claudia Andujar

 

Composição da Imagem

          O homem está posicionado quase no centro da imagem em preto e branco, porém, um pouco mais à direita, no mesmo sentido de sua trajetória, como se pudesse sair do enquadramento a qualquer momento.  O registro também nos traz a ideia de que a fotógrafa esteja algum nível abaixo de onde o homem está, como se ela estivesse ou abaixada ou na parte inferior de um terreno em desnível. Embora não tenhamos a imagem definida da paisagem por detrás e na frente de onde está a pessoa registrada, sabemos que trata-se de um local com árvores ou uma pequena mata. No entanto, pela falta de definição nos contornos, alguns elementos também nos deixam dúvidas do que se tratam.

         Claudia Andujar utilizou o efeito panning[2], diminuindo a velocidade do obturador, aumentando o tempo de exposição e assim conseguindo borrar uma parte da cena fotografada ou acompanhando com a sua câmera a pessoa em foco e assim, deixando-o com efeito congelado e o fundo desfocado, nos trazendo o efeito arrastado ou borrado, e consequentemente a sensação de movimento. O diafragma está com uma grande abertura, talvez em f/2.8, pois a quantidade de luz captada pela câmera permite uma baixa profundidade de campo que engloba somente o assunto (pessoa em movimento), mesmo que quase todos os elementos estejam desfocados.

        A imagem em preto e branco está sem nitidez em um contexto geral. No entanto, é possível percebermos muita informação. Ao acompanhar o ser humano que aparentemente se move com certa velocidade, a fotógrafa deixa a paisagem como um borrão, nos trazendo a ideia de espontaneidade durante o registro, ao mesmo tempo que parece, de fato, uma imagem de vídeo congelada, nos passando a  sensação de movimento.

            É possível que o homem, um indígena do  povo yanomami em atividade corriqueira de seu dia a dia, esteja em um movimento de caça ou extrativismo, pois notamos em uma de suas mãos, um objeto comprido em formato de bastão e, talvez, com a extremidade pontiaguda. Ainda assim, pode-se pensar num objeto semelhante a um remo.

            A profissional pretende, com essa e outras imagens registradas nas mais variadas técnicas, trazer o modo de vida yanomami no Brasil. Claudia Andujar em pleno 2022, com mais de noventa anos de idade, ainda ajuda e faz parte da luta e dos movimentos em apoio aos povos indígenas, em especial ao povo yanomami, por quem nutre muito respeito e amizade. A imagem, da década de 1970 ainda nos aproxima aos movimentos de retomada de territórios, cultura e modo de viver dos povos indígenas no Brasil.

         

 Referências

Site: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/946/1/ARTIGO_AnaliseDocumentariaFotografia.pdf Acesso em 11/04/2022

Site: https://aprendafotografia.org/como-funciona-diafragma-abertura-lente/ Acesso em 14/04/2022

Site: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2015/11/galeria-da-fotografa-claudia-andujar-mostra-cultura-yanomami-no-inhotim.html Acesso em 11/04/2022

Site: https://ims.com.br/exposicao/claudia-andujar-a-luta-yanomami-ims-rio/ Acesso em 15/04/2022

Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/2012/06/aprenda-o-que-e-panning-e-deixe-suas-fotos-com-efeito-arrastado.ghtml Acesso em 15/04/2022

 

[1] Graduanda no Curso de Museologia

[2] Panning é o efeito ótico feito por uma câmera fotográfica com a velocidade de obturação lenta no qual é possível manter um assunto em foco ao mesmo tempo em que seu fundo fica com um efeito arrastado ou borrado. Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/2012/06/aprenda-o-que-e-panning-e-deixe-suas-fotos-com-efeito-arrastado.ghtml

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