UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
CAMPUS LITORAL NORTE
DEPARTAMENTO INTERDISCIPLINAR
DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
Disciplina:
Etnodesenvolvimento (DIL01211)
Prof. Dr.:
Olavo Ramalho Marques
Isabel Ayala[1]
Relatório de Trabalho de Campo:
Tramandaí-Bento Gonçalves-Pinto Bandeira-Porto
Alegre-Eldorado do Sul-Tramandaí
INTRODUÇÃO
Este
relatório apresenta as atividades de Trabalho de Campo ocorridas durante os dias 08, 09 e
10 de novembro de 2018, dentro do estado do Rio Grande do Sul, nos municípios
de Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Porto Alegre e Eldorado do Sul. Participaram
das atividades, alunos de diversas disciplinas do Campus Litoral Norte (CLN) da
UFRGS, tais como Seminários Integradores; Trabalho de Campo Integrado; Pesquisa
Qualitativa I; Processos de Construção de Identidades; Projetos Integradores de
Gestão Espacial, Desenvolvimento Regional; Desenvolvimento Regional e
Ordenamento Espacial e por fim, Etnodesenvolvimento e Mediações
Político-Culturais, na qual estou matriculada neste semestre 2018/2.
A saída de professores e
alunos do CLN ocorreu a partir do Campus em Tramandaí, na manhã de 08 de
novembro, em ônibus da Universidade e teve duração até o final da tarde do dia
10 de novembro, com a volta dos mesmos ao Campus Litoral. Para a realização das
atividades, foi necessário dois pernoites em um hotel de Porto Alegre. Os Professores
Anelise Graciele Rambo, Daniela Garcez Wives, Michele
Lindner, Olavo Ramalho Marques e Ricardo de Sampaio Dagnino foram os
responsáveis pelo Trabalho, acompanhando e monitorando o grupo de,
aproximadamente quarenta discentes.
O objetivo destas atividades
foi conhecer diversos setores dentro do contexto do Desenvolvimento Regional. Dentre
eles, pode-se destacar: órgãos da administração pública que desenvolvem e
implementam políticas públicas, instituições de ensino e ações de extensão, produtores
em contextos diversos do mercado agrícola, grupos de luta por cidadania e
terra, comunidades étnicas tradicionais e paisagem urbana. Este relatório descreve e traz maior reflexão
às situações vivenciadas durante o Trabalho de Campo que mais aproximam-se dos
estudos e interesses relacionados à disciplina Etnodesenvolvimento e Mediações
Político-Culturais, ministrada pelo Professor Olavo Ramalho Marques.
LOCAIS
VISITADOS
08/11/2018
- quinta-feira
Destino 1 - Bento Gonçalves - Vale dos Vinhedos – Vinícola Pizzato
A
Pizzato é uma vinícola familiar que produz vinhos finos. Nessa vinícola fomos
recepcionados por uma funcionária, que nos contou um pouco da história da
família Pizzato, fundadora da Vinícola (Figura 1).
Figura 1
- Vinícola Pizzato.
Foto:
Isabel Ayala - 08/11/2018
Junto às
vinhas da propriedade, tivemos alguns esclarecimentos a respeito do cultivo das
videiras e a manutenção das mesmas para melhor aproveitamento dos frutos, o que
garante a qualidade de seu produto final. Na Pizzato, os vinhedos são
cultivados no sistema de espaldeira, onde se faz a poda de forma com que a
planta concentre sua energia em maior parte na produção da uva e em menor proporção
no crescimento de seus galhos e folhas.
Logo após as
explanações da anfitriã, fomos convidados para uma degustação de vinhos e
espumantes. Nesta ocasião, fomos agraciados com alguns sabores e tivemos
algumas experiências sensoriais, com a mesma anfitriã nos orientando sobre cada
um dos vinhos degustados, fazendo-nos perceber alguns sabores e aromas
específicos. A Pizzato possui o Certificado Denominação de Origem (D.O.) Vale
dos Vinhedos.
No mesmo
espaço da degustação ocorrem vendas de vinhos e produtos diversos, associados à
temática da vinícola. Alguns colegas e professores adquiriram produtos da loja,
tais como garrafas de vinho, biscoitos e alguns objetos/lembranças que remetem à
Região dos Vinhedos e à própria Vinícola Pizzato. Após esta visita, seguimos em
direção ao Restaurante Zandonai, ainda no Vale dos Vinhedos, para uma pausa e
almoço.
Destino
2 - Pinto Bandeira - Vinícola Geisse
Na Vinícola Geisse, fomos recepcionados por Inacio Geisse, filho
do fundador, o engenheiro agrônomo e enólogo chileno Mario Geisse, que veio
para o Brasil em 1976. Conforme Inacio
nos informou, seu pai percebeu que em Pinto Bandeira existia um potencial
incrível para se desenvolver a elaboração de produtos de alta qualidade,
principalmente em matéria de espumantes, que ele considerava ser a grande
vocação da região.
No local
conhecido hoje como Região dos Vinhos da Montanha, encontrou todas as condições
e características necessárias para iniciar seus trabalhos. A boa altitude, o
solo de boa qualidade e excelente drenagem, a amplitude térmica e a posição
solar ideal, possibilitaram a produção de vinhos terroir[2] da vinícola.
Inacio nos mostrou algumas fases do processo de elaboração
dos espumantes (Figura 2). Deixou claro o alto padrão de
qualidade atingido pelas bebidas elaboradas em sua propriedade.
Figura 2
- Vinícola Geisse.
Foto: Isabel Ayala - 08/11/2018
Após a demonstração e explicações sobre a vinícola, os
processos e os produtos, fomos convidados para um brinde numa área externa de descanso,
o espaço zen. Além da produção
vinícola e do espaço para confraternização e consumo de suas bebidas, é
possível conhecer os vinhedos e seus arredores, acompanhado de um guia em
um passeio em veículo "4x4". Deste passeio não chegamos a participar.
Destino 3 - Bento Gonçalves - Campus Avançado da UCS - Corede Serra
Na
Universidade de Caxias do Sul, em seu Campus Avançado da Região dos Vinhedos
(CARVI) em Bento Gonçalves, encontramos o Professor Andre Melati. A seu pedido,
iniciamos com a apresentação dos alunos e professores, informando nossos nomes
e cidades de origem. Professor Andre apresentou-nos uma visão da dinâmica regional, a geografia,
economia e a importância da diversificação industrial, assim como os desafios
para o desenvolvimento da região serrana.
Alguns
questionamentos referentes a cotas na Universidade de Caxias foram
apresentados, durante a explanação do professor da UCS, assim como problemas na
urbanização, devido às características geográficas de algumas principais
cidades da região. Neste encontro tivemos uma ideia do perfil socioeconômico
dos municípios atendidos pelo Conselho Regional de Desenvolvimento da Região
Serrana, o Corede Serra.
Em
outras palavras, Professor Andre comentou que, além dos vinhedos e a indústria
vinícola, existe um grande potencial ainda a explorar nesta região. Além da
produção vinícola, a região oferece muitos atrativos, inclusive turísticos, por
exemplo. Após este encontro, encerramos as atividades do primeiro dia e
partimos para o primeiro pernoite em Porto Alegre.
09/11/2018
- sexta-feira
Destino 4 - Porto
Alegre - Secretaria de Planejamento - Conversa
com equipe do Depto de Planejamento
Nesta visita à Secretaria
do Planejamento, Governança e Gestão do Estado do Rio Grande do Sul, localizada
num dos andares do prédio do Centro Administrativo, fomos recebidos na manhã do
dia 09 de novembro de 2018 pela equipe do Departamento de Planejamento
Governamental (Figura 3).
Através
de seu Diretor Antonio Paulo Cargnin e demais colegas presentes, em sua maioria
servidores geógrafos, com exceção de uma das palestrantes, analista de
planejamento orçamentário, tivemos uma boa noção do trabalho realizado pela
equipe do Departamento, a qual conta com mais de trinta técnicos colaboradores.
Figura 3
- Técnico Antonio Cargnin e
alunos
da UFRGS.
Foto:
Isabel Ayala. 09/11/2018
De
acordo com Cargnin, a equipe presente
integra um setor direcionado às
atividades relacionadas ao desenvolvimento
territorial. Os servidores apresentaram seus trabalhos e projetos de apoio ao planejamento
territorial e desenvolvimento regional no Rio Grande do Sul, com suas agendas
regionais. Estas agendas cumprem uma programação das políticas públicas
direcionadas aos mais importantes segmentos da sociedade. Além dos trabalhos
envolvendo o setor econômico nas regiões, existem pesquisas e projetos com foco
na educação e saúde, por exemplo. Os
técnicos falaram sobre os trabalhos com os quais mais se envolvem, embora todos
trabalhem em conjunto. Esta equipe é responsável por trabalhos que visam
resultados a médio e longo prazo no setor de planejamento.
O
Departamento oferece suporte técnico e metodológico aos 28 COREDEs, dentro do
estado, auxiliando as ações que visam o desenvolvimento regional. Ao final da apresentação, tivemos acesso a
alguns cadernos e agendas de desenvolvimento.
Houve, também, um sorteio de material informativo mais completo e uma
das alunas foi sorteada. Após o término, saímos do Prédio do Centro
Administrativo e seguimos a pé, em direção à Usina do Gasômetro e ao Centro
Histórico da capital.
Destino 5 - Roteiro urbano na cidade de Porto Alegre
Neste circuito, monitorado
e orientado pelos professores, observamos
elementos que compõem a organização do espaço urbano em Porto Alegre. Saindo do
Centro Administrativo, seguimos pela região da orla revitalizada, em direção à
Usina do Gasômetro (Figura 4).
Figura 4
- Usina do Gasômetro - Porto Alegre
Foto:
Isabel Ayala. 2018
Professor Olavo esclareceu que todo este trecho, inclusive
a área do Centro Administrativo, trata-se de uma área de aterro da cidade,
desde a década de 1940.
Neste caminho, alguns questionamentos
foram expostos em relação às obras de modernização, praças e quadras de
esportes na região. Houve uma parada e os
professores contaram um pouco da história da Usina e falaram sobre as ilhas do
Guaiba e as ilhas bairro, como a Ilha da Pintada, as quais diferem desta
paisagem urbana à qual estamos acostumados ao pensar em Porto Alegre. Em
seguida, o grupo seguiu pela movimentada Avenida Mauá até a Praça Brigadeiro
Sampaio, ao lado do Quartel da Marinha e em frente a uma das extremidades do muro
do cais do porto, o Muro da Mauá. Os professores fizeram alguns esclarecimentos
sobre a construção do muro, o qual foi construído após uma grande enchente na década de 1940.
Seguimos pela rua dos Andradas, onde Professor Olavo informou sobre a mesma
fazer parte do caminho do Museu de Percurso do Negro e comentou também, sobre
as atividades dos escravos urbanos da capital. Inclusive, o Tambor, um dos símbolos
deste percurso, está presente na Praça Brigadeiro Sampaio. Em frente à Igreja
Nossa Senhora das Dores, fizemos mais uma parada e professor Ricardo e Olavo falaram
sobre a história que envolve a igreja citada.
Seguimos pela Andradas, observando o
estilo dos prédios históricos neste trecho, ocupados por casas de cultura,
quartéis das forças armadas, museus, etc. Passamos pela Feira do Livro, em
plena atividade neste dia. No entanto, não chegamos a circular pela Feira e na
esquina democrática, localizada no encontro com Avenida Borges de Medeiros, nos
dispersamos para o almoço. Nosso reencontro para embarque no ônibus da
Universidade que nos levaria ao próximo destino, na parte da tarde, foi em
ponto próximo à Reitoria da UFRGS e ao Parque da Redenção, por volta das 13hs e
30min.
Destino
6 - Porto Alegre - Lomba do Pinheiro - Aldeia Mbya-Guarani Tekoa Anhentegua
Chegamos na estrada de acesso à Aldeia, no interior do bairro
Lomba do Pinheiro, ainda nas primeiras horas da tarde quente de
sexta-feira. Desembarcamos e antes de seguirmos
a pé por um considerável trecho de estrada de chão, compramos água em um
mercado que havia no outro lado da rodovia. Notei Professor Olavo conversando
com um senhor que, em primeiro momento pensei tratar-se de alguém da comunidade
do bairro ou algum líder comunitário. Este senhor seguia direção contrária ao
nosso grupo, naquele instante. Desembarcamos também, as doações (alimentos,
presentes, livros, roupas) e nos dividimos no transporte destes mantimentos.
Neste caminho, percebemos várias casas e propriedades de não-índios, assim como
trechos margeados por arbustos e diversas espécies de árvores, o que nos trazia
algum alento e motivo para pausa na sombra, durante a caminhada. Ao chegarmos na
Aldeia, encontramos pessoas da comunidade Mbyá e alguns jovens visitantes com
apetrechos que indicavam que passariam a noite ali na aldeia. Desde nossa
chegada ficamos em frente a uma casa que parecia ser um espaço de convivência.
Esta construção parecia ser bem maior do que as outras casas visualizadas, pelo
menos até onde tínhamos alcance visual. Após deixarmos as doações na área
externa coberta, interagimos com as mulheres, os jovens e crianças Guarani ali
presentes, assim como com os visitantes não-índios. Inclusive, alguns de nós adquirimos
peças de artesanato que estavam expostas. Logo depois o mesmo senhor que citei
anteriormente chegou, acompanhado de outras pessoas e juntou-se ao grupo. Com esclarecimento do
Professor Olavo, soubemos que tratava-se do Professor Jose Otavio Catafesto de
Souza, arqueólogo do Departamento de Antropologia da UFRGS. Os jovens
não-índios que já estavam na aldeia eram seus alunos, do curso de Ciências
Sociais. Uma bela coincidência, neste dia especial.
Fomos recebidos então, pelo Cacique Jose
Cirilo Morinico, de uma forma muito cordial e nos posicionamos para ouvir nosso
anfitrião. Professor Olavo agradeceu Cirilo por nos receber, apresentou nossas
turmas, falou da importância desta visita para os nossos cursos e disciplinas. Apresentou
também o professor Catafesto a quem ainda não o conhecia, passando em seguida a
palavra ao mesmo. Professor Catafesto, o qual conhece o Cacique Cirilo e apoia
a causa Mbyá-Guarani há aproximadamente trinta anos, informou que havia duas
demandas em seu trabalho atual junto à comunidade da aldeia.
A primeira refere-se
ao acesso a uma fonte natural de água, que desce do morro, encontrada pela
própria comunidade, na proximidade da área demarcada e a segunda trata-se de um
sítio arqueológico com cerâmica guarani, encontrada pela própria equipe de
pesquisadores da Universidade. A segunda demanda surgiu após vistoria
preliminar durante a preparação do terreno para o campo que seria realizado
durante pesquisas para a disciplina de Arqueologia. Catafesto afirma que estes
elementos ajudam a reforçar a presença Mbyá-Guarani no local, mesmo estando
fora da área desapropriada pela Prefeitura e que mesmo não estando no espaço
pertencente à comunidade, o registro deste sítio arqueológico já pode garantir
de imediato, o local como área proteção federal. Catafesto, então, justifica a
presença de seus alunos e informa que pela primeira vez, irão acampar dentro
dos domínios da comunidade, para estudos de campo junto ao sítio arqueológico e
convivendo com as pessoas da aldeia.
O Cacique Geral
da comunidade Mbyá-Guarani no Rio Grande do Sul, inicia sua explanação de forma
muito tranquila, agradecendo nossa presença e comentando a importância, tanto
para os estudantes quanto para a comunidade, desta interação e troca de
saberes, pois entende que toda a pesquisa e trabalho dos estudantes e
professores, hoje, vai garantir a permanência dos Mbyá-Guarani e sua cultura e
tradição às futuras gerações Guarani. Falou orgulhoso sobre seus descendentes
estarem preparando-se para cursar Geografia, Antropologia e Biologia na
Universidade. Cirilo acha muito importante os jovens conhecerem mundos
diferentes pois, ele mesmo não teve a oportunidade de estudar fora da
comunidade. Seus filhos sim, terão conhecimento de dois mundos, o ocidental e o
indígena.
Pelas palavras
do cacique o ser humano deve ter o sentimento de amor e solidariedade e que
ninguém é melhor que ninguém. Estamos todos de passagem aqui. A doação dos alimentos que levamos foi algo
que o deixou muito feliz porque o fato de pensarmos em ajudar o outro mostra
que estamos crescendo como seres humanos. Mencionou que entender o sentimento
do outro é importante para a harmonia entre as pessoas. Embora ele diga que
tenha muito dificuldade no Português, entendemos perfeitamente suas palavras e
a mensagem que ela queria nos passar. Nos pediu para elevar nosso pensamento
porque sozinhos não resolvemos nada e todos precisamos de parceria.
Cirilo falou
também das dificuldades que terão pela frente com a gestão no novo presidente
do país, o qual deve impedir novas demarcações de comunidades indígenas e
quilombolas. A união de todos que apóiam as causas das comunidades tradicionais
é que dará mais força à luta. Cirilo afirma não ter medo e sente cada vez força
para lutar pelos direitos das comunidades tradicionais e que o medo foi criado
pelos juruás, como forma de dominação. Os índios já sofreram com a presença
inicial dos europeus, com as epidemias e agora com a ponta da caneta. Mas ele
acredita em Nhanderú e tem cada vez mais coragem e que a força espiritual
também pode nos ajudar a fazer o bem vencer o mal. Os guarani aprenderam a
conviver com os não-índios, com a cultura dos brancos e a respeitar a forma de
viver e os limites dos juruás.
A conversa
seguiu com algumas perguntas sobre a escola da comunidade e o sistema da mesma.
O Cacique informou que a liberdade dos alunos na aldeia é diferente da escola
regular juruá e que tem em torno de quarenta crianças estudando na escola
guarani. A escola tornou-se viável na Tekoá Anhentegua pelo fato de se
encontrar uma alternativa de educação que se adequasse ao modo de viver da
comunidade. Mesmo que seja preciso estudar, os alunos indígenas dentro da
comunidade, não são obrigados a ficar quatro ou cinco horas fechados em sala de
aula. O ensino é teórico e também prático na escola guarani.
Professor
Olavo também comentou que, dentro desta forma de liberdade, os Mbyá circulam
entre as famílias mesmo distantes, e até mesmo em outros territórios nacionais.
Cacique Cirilo confirmou esta condição. Foi comentado também, sobre as
modernidades vividas por alguns jovens. No entanto, na filosofia Guarani a
liberdade do indivíduo em tomar algumas decisões é respeitada. Os mais velhos
aconselham, no entanto, não proibem as escolhas dos mais novos.
No final da
conversa, agradecemos as belas palavras do Cacique, o qual nos deixou à vontade
para circular pela aldeia e pelas trilhas. Acompanhamos, então, o Professor
Catafesto, que nos guiou pela mata, juntamente com adolescentes e crianças da
aldeia. Antes de adentrarmos na mata, passamos por algumas casas da aldeia,
construídas no modo juruá, com exceção de uma pequena casa que não parecia ser
habitada e que apresentava arquitetura Mbyá-Guarani. Passamos por algumas
hortas e roças e também vale lembrar que, próximo à entrada da aldeia e do
local onde estávamos ouvindo o Cacique Cirilo, havia uma plantação com mudas de
árvores de espécies nativas. Seguindo a trilha na mata, então, após alguns
minutos chegamos num espaço que estava sendo preparado pelos alunos de
Catafesto para o acampamento noturno.
Neste local,
está a fonte de água. Ficamos por algum tempo ali, desfrutando do momento para
encher as garrafinhas com a água cristalina da fonte e aguardando os outros
alunos chegarem àquele ponto. Provei da água e, realmente, não tem nada que a
desabone, pelo menos nos quesitos sensoriais como, frescor, aparência, cheiro e
sabor. Quando todos já haviam chegado e provado da água, seguimos por mais uma
trilha estreita pelo interior da mata. Chegamos em uma estrada de terra, na
qual Catafesto nos mostrou o local exato do sítio arqueológico, onde foram
encontrados os fragmentos de cerâmica guarani. Esta estrada inicia ou termina,
mais ou menos, no ponto onde estão as cerâmicas. Após alguns esclarecimentos do
Professor, fomos aos poucos voltando pela estrada em sentido ao topo do morro.
O caminho um pouco escorregadio, devido às rochas e ao tipo de solo.
Chegando na
parte mais alta, temos a vontade de permanecer por ali durante o tempo
suficiente que nos faça esquecer as horas e os compromissos. Em mais um pouco
de exploração, Catafesto nos mostrou um espaço entre as árvores e arbustos,
ainda no alto do morro. Era um local de rituais de Religião Afro-Brasileira.
Encontramos então, paisagem, culturas, vista da cidade, tradição, curiosidade
de visitante, cortesia, amizade, pesquisa, patrimônio histórico e cultural,
tudo junto, dentro de alguns hectares. Já estava com saudades dali, antes mesmo
de ir embora. Descemos então, e voltamos pelas mesmas trilhas. Senti a
liberdade em colocar mais água na minha garrafinha quando paramos na volta,
novamente na clareira do acampamento e da fonte natural. Seguindo a trilha
saímos da mata e voltamos ao ambiente da aldeia. Ali percebemos que alguns
colegas não haviam nos acompanhado. Infelizmente, perderam uma experiência
maravilhosa. Havia neste momento, um funcionário de alguma instituição com
parceria da Petrobrás, em uma camionete carregada com mudas de espécies
nativas. Estava deixando as mudas aos cuidados do Cacique Cirilo.
Após um tempo
de descanso, interação e conversas, nos despedimos e fomos embora. Desta vez,
ao invés de seguirmos pela estrada de terra o trajeto inteiro até o ônibus que
estava na rodovia nos aguardando, descemos por uma trilha por trás das casas da
aldeia, guiados por alguns colegas mais experientes e espertos. Na verdade,
eles haviam subido por ela na nossa chegada, pois já a conheciam desde outra
visita à Tekoá. Esta trilha, na subida com os mantimentos teria sido um alento,
pois não teríamos caminhado embaixo de sol intenso a estrada inteira. Enfim, a
experiência e um certo espírito de solidariedade me fará alertar aos
desavisados que existe esta alternativa de caminho pelas sombras, em próxima
visita à aldeia.
Terminamos,
então, as atividades do segundo dia com uma bela vivência. Voltamos ao centro
de Porto Alegre, para nosso segundo pernoite.
10/11/2018
- sábado
Destino 7 - Porto
Alegre - Feira ecológica no bairro Menino Deus
No
pátio da Secretaria Estadual da Agricultura conhecemos uma das maiores feiras
de produtos orgânicos da cidade de Porto Alegre. Com amplo espaço para
circulação dos clientes e visitantes, a feira conta com hortifrutigranjeiros,
flores, produtos industrializados e peças de artesanato, inclusive indígena.
Uma das colegas adquiriu uma peça de uma jovem Guarani moradora de Novo
Hamburgo. Os produtores comercializam seus produtos diretamente com a
comunidade, garantindo a procedência ecológica dos alimentos. O público do
local é formado por clientes fiéis, curiosos e visitantes, como nosso grupo de
estudantes. Em conversa com alguns expositores, ficou claro que a preocupação da
sociedade pelo consumo de alimentos saudáveis e sem agrotóxicos é a principal
motivação para o cultivo destes produtos ecológicos. Os próprios agricultores
que trabalhavam com insumos artificiais e tóxicos conseguiram alterar a forma
de cultivo para um sistema mais saudável e ecológico. Instituições e
associações vinculadas ao Ministério da
Agricultura apóiam aos produtores e garantem os certificados da procedência,
visitando e fiscalizando as propriedades e emitindo os certificados.
Esta
feira é bastante diversificada no que diz respeito à origem dos feirantes
produtores. Entre produtores assentados do MST e famílias de não assentados,
vemos produtos de várias regiões como a Serra, Eldorado do Sul e Litoral.
Inclusive, o arroz oriundo do Assentamento de Eldorado Sul está presente na
feira. Durante o tempo em que estivemos na feira, percebi a qualidade das
frutas e verduras. Cheguei a comprar três bergamotas e compartilhei com colegas
mais próximos. A feira oferece produtos de acordo com a época, mudando suas
ofertas conforme o clima altera durante as estações. Ao perguntarmos sobre os
rumos da agricultura familiar e ecológica com o novo governo, os produtores
afirmam ter muitas dúvidas ainda e não tem ainda uma opinião sobre o que pode
acontecer. Mas, assim como Cacique Cirilo, informam que irão resistir e lutar
pela manutenção de seu trabalho mesmo com dificuldades. Após a visita à Feira
Ecológica do Menino Deus, seguimos em direção ao município de Eldorado do Sul.
Destino 8 - Eldorado do Sul - Assentamento Integração Gaúcha - Hortas
Chegando
na sede da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre
(COOTAP), desembarcamos e seguimos a pé até o assentamento com produção
orgânica de verduras e legumes. Seguimos pelas hortas e vimos diversas
variedades de alface (Figura 5). Conforme o produtor Miguel, ele cultivam quase
tudo, desde alho-poró, aipim, abobrinha, temperos, chás, moranga, etc. Passamos pela estufa e por sistemas de
irrigação com água da chuva. Na área da plantação existem diques de reserva de
água e açudes. Um novo açude maior deve ser feito, visando melhor hidratação
das plantas em caso de calor muito intenso.
Figura 5
- Horta Orgânica - Eldorado do Sul.
Foto
Isabel Ayala - 10/11/2018
Miguel nos contou um pouco de sua história de
assentado. O Assentamento é composto por 69 famílias, vindas da região do Alto
Uruguai. Miguel e o irmão vieram de Herval Grande em 1990 e iniciaram a
preparação de seis hectares "de pedra" até começar de fato a produção. Em 1991 todas as
outras famílias já estavam também assentadas nesta região de Eldorado do Sul. Os
irmãos iniciaram a comercializar suas hortaliças na antiga Feira da Coolméia na
Redenção. Hoje vendem em feiras ecológicas de bairros em Porto Alegre e
Eldorado do Sul, para mercados e para a merenda escolar. Contam também com o Pregão de Alimentos
(P.A.) do Governo Federal e com clientes consumidores que vem diretamente no
assentamento comprar suas hortaliças.
Miguel
informou que existem três tipos de produção principais: hortas, arroz e leite.
Geralmente, os produtores escolhem uma das opções. No assentamento existe a
situação dos lotes ainda não estarem legalizados oficialmente, o que gera
alguns conflitos ou questionamentos entre os assentados, devido ao fato de
algumas famílias terem se apropriado de áreas maiores. Após mais algumas
informações e esclarecimentos referentes aos certificados e ao controle de
qualidade dos produtos orgânicos, agradecemos Miguel e nos despedimos. Voltamos
então, para a sede da COOTAP para o almoço.
Destino 9 - Charqueadas
- Acampamento MST - Che Guevara
Às
margens da Rodovia, está o acampamento Che Guevara. Fomos recebidos por Aida,
uma das integrantes da Direção Estadual do MST. Este grupo já mudou de lugar em
várias ocasiões dentro dos cinco anos de sua existência. Inicialmente, com um
número maior de famílias, foi perdendo integrantes devido aos processos e
retrocessos de direitos e pelas transferências de lugar. Atualmente, cem famílias
da Região Metropolitana de Porto alegre, Região dos Sinos, Encruzilhada do Sul,
Viamão e outros municípios da região, fazem parte do acampamento. Algumas
famílias, em busca de um lote de terra para trabalhar também surgem e, eventualmente
se juntam ao acampamento. O grupo já
ocupou a área improdutiva da CEEE, onde estão localizados em frente, já por
três vezes e foram retirados pela justiça. Por não ter para onde ir,
mantiveram-se ás margens da Rodovia, numa área de domínio do DNIT.
O
sistema de convívio no acampamento prima pela boa convivência e coletividade e
distribuição igualitária de trabalho e benefícios. Aida nos apresentou outras
lideranças e nos deixou com a liberdade para conversarmos com qualquer pessoa
do acampamento. Visitamos a cozinha comunitária, onde todos comem juntos.
Sobrevivem através de auxílio dos companheiros já assentados e alguns acampados
trabalham nos assentamentos. Existe uma troca entre acampados e assentados. O
acampamento tem o objetivo de manter a união das famílias e de organização nos
processos de luta pelos direitos e ocupações.
O
acampamento é composto por casas ou barracas feitas com estruturas de madeira e
com coberturas de lonas pretas. O movimento e barulho na rodovia é intenso,
assim como o calor no dia de nossa visita. Embora seja um local não adequado
perfeitamente para uma vida digna, as famílias se organizam para que seja uma
convivência sadia e se mobilizam na luta por terra. Todos os adultos trabalham
para manter o acampamento e as crianças e jovens estudam. Aida comentou que do
outro lado da rodovia tem uma aldeia indígena e que os acampados tem uma boa
relação com a comunidade tradicional.
O Che
Guevara conta com alguns companheiros estudando em cursos técnicos, como
veterinária, por exemplo. Fomos convidados por Aida, para circular pelo
acampamento. O acampamento possui uma secretaria onde estão alguns registros
importantes do coletivo e de seus membros. Vimos alguns filhotes de suínos pelo
acampamento, assim como cães presos em coleiras e correntes. Ao chegarmos na
outra extremidade, encontramos alguns senhores sentados à sombra, bem próximos
a um curral com suínos adultos e filhotes.
Após
um questionamento sobre adaptação de algumas pessoas junto ao acampamento, Aida
relatou alguns casos em que indivíduos não se enquadravam às regras de
respeito, uso de bebidas, bem coletivo, etc. Muitos já foram expulsos, por não
respeitarem as normas do grupo. Apesar disso, todo o tipo de família e toda a
pessoa é bem-vinda, desde que não tenha pendências com a justiça. Em breve, os
seis acampamentos no Rio Grande do Sul devem unir-se em apenas um acampamento
maior. Esta união deve trazer mais força de mobilização e organização além de
garantir maior segurança às famílias. No entanto, ainda não existe local
definido para instalação do mesmo.
Após
esta experiência no acampamento, seguimos para o Assentamento Lanceiros Negros.
Destino
10 - São Jerônimo - Assentamento Lanceiros Negros - Arroz
No
Lanceiros Negros, fomos recebidos por Roberto, que nos informou tratar-se de um
assentamento criado em 2014 pelo Governo Tarso Genro. Roberto comentou que o
conceito e o sistema de agroecologia foi sendo incorporado aos poucos nas
produções das famílias assentadas e que nem todas aderiram ao cultivo orgânico,
ainda. No caso do Lanceiros, trata-se de um conjunto formado inicialmente por
sete famílias e mais adiante também, pela própria cooperativa devido à
necessidade de um espaço maior para a melhor armazenagem do arroz e para a
liberação dos documentos e licenças de órgãos ambientais. Todo o arroz deste
assentamento é orgânico e é armazenado em grandes silos. Inclusive está em
andamento a ampliação para o sistema de armazenagem, com a vinda de silos de
outros locais e de outros assentamentos, visando uma melhor gestão e qualidade
do grão.
Roberto
também comentou sobre dois projetos em andamento. Um deles é a construção de
uma indústria, onde o dinheiro já está liberado desde o Governo Dilma e que
depende apenas, dos processos administrativos e burocráticos. O Outro é uma
unidade de beneficiamento de sementes, com equipamentos doados pelo IRGA. Explicou
que uma das linhas do Movimento é a autonomia desde o plantio e a produção de
sementes e grãos, com uma breve explicação diferenciando a importância e o cuidado
com as sementes em relação aos grãos de arroz. Por enquanto dependem de
empresas terceirizadas, além das indústria do complexo cooperativo.
A
produção orgânica de arroz de aproximadamente 12 municípios chegam ao
assentamento acompanhados de Nota Fiscal e documentos que garantam sua origem
orgânica e após um processo para tirar a umidade, são armazenados nos silos.
Todo o processo visando sempre manter a qualidade e integridade do arroz até
ser retirado, inclusive mantendo o grão com casca pelo máximo de tempo,
prevenindo a presença de pragas como o caruncho e fungos. O assentamento, além
do mercado interno conta também com a exportação de seu arroz orgânico.
Professor
Olavo perguntou sobre a cooperação entre os assentados e os acampados e Roberto
comentou que na última safra, a grande maioria de trabalhadores era formada por
acampados do MST, junto com alguns assentados. A equipe que está construindo a
estrutura para receber os silos que chegarão mais adiante, também é do pessoal
acampado. Após esta fala, Roberto guiou um grupo de colegas e os professores ao
local de armazenagem, onde estão os silos. Deste circuito eu não participei.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Participar de um Trabalho de Campo com
esta intensidade foi algo totalmente novo. Embora eu seja aluna da UFRGS desde
1997, mesmo considerando alguns vácuos
no tempo, jamais tive uma experiência parecida como esta, com o acesso a tantas
realidades.
No primeiro dia de trabalho de campo
tivemos noção do quanto uma região e suas características geográficas e sociais
podem ser determinantes para o sucesso na produção de produtos de qualidade e
reconhecimento até mesmo, no exterior e por países com tradição muito mais
antigos no segmento. A produção vinícola da região da Serra Gaúcha, além da intuição
e do trabalho árduo dos primeiros fundadores destas propriedades, conta com
muita pesquisa, ciência e determinação, inclusive de seus descendentes que
valorizam e dão continuidade ao trabalho no Vale dos Vinhedos e região.
Instituições de Ensino como a Universidade de Caxias do Sul agem diretamente no
Desenvolvimento Regional, envolvendo-se e produzindo material de pesquisa e
ação junto ao Corede Serra.
No segundo dia tivemos informações
referentes à elaboração e ao funcionamento das políticas públicas do Governo do
Estado e suas agendas para o Desenvolvimento Regional, dentro da própria
secretaria responsável pelos projetos. Um trabalho baseado em muito estudo e
pesquisa realizada por técnicos capacitados, visando atender vários segmentos,
inclusive educação e saúde, além do desenvolvimento econômico das regiões.
Percebemos, guiados pelos professores, como se deu o crescimento urbano de
Porto Alegre e como ela ainda está sendo alterada e modificada continuamente. A
importância do povo negro para o desenvolvimento da cidade e a memória coletiva
desta história. Visitamos uma aldeia indígena Mbyá Guarani, onde seu líder tem
um visão de mundo que chega a emocionar. Mesmo com todas as dificuldades e
desafios presentes há séculos, o povo Mbyá não perde a ternura, mesmo tendo que
lutar a cada dia por sua sobrevivência. Um líder que está sendo presenteado,
junto com seu povo, por elementos que, esperamos, garantam sua permanência num
lugar onde jamais deveriam precisar provar que um dia foi seu. Ainda é e jamais
deixou de ser.
No terceiro dia, convivemos e
aprendemos muito com a classe de trabalhadores rurais que conseguiram seu lote
de terra através de muita mobilização, senso coletivo e lutas sociais e que
provam ao mundo que os que se movimentam em busca de terra querem, realmente,
produzir alimento saudável para todos e fazem parte de um Movimento Sem Terra
legítimo. Mesmo conseguindo seus lotes para produzir, seja em cooperativa ou
com sua família, não esquecem dos irmãos que ainda estão debaixo das lonas
pretas, acampados à margem das rodovias ou na porteira de terras improdutivas.
Quando um acampado torna-se assentado, jamais deixa de ser um integrante do
Movimento Sem Terra.
Precisamos todos de conforto, de uma
boa casa e boa comida na mesa. No entanto, devemos perceber que para isso,
precisamos pensar em todos e não em nós, apenas. Por fim, além do lado
econômico, nossa preocupação também como prováveis futuros mediadores de
políticas públicas, deve ser o social, o coletivo, o entendimento das diversas
realidades em nosso estado, assim como em nosso país ou nosso mundo. Mediar
também é encontrar a média, o equilíbrio.
REFERÊNCIAS
Futuro
RS: agenda de desenvolvimento: temas para uma agenda de
desenvolvimento: cadernos para o futuro 1 / Departamento de Planejamento Governamental
- RS. - N.1. Porto Alegre: Secretaria do Planejamento, Mobilidade e
Desenvolvimento Regional, 2016.
Futuro
RS: agenda de desenvolvimento: O envelhecimento da
população gaúcha e as consequências e desafios para as políticas públicas de
saúde e educação: cadernos para o futuro 2 / Departamento de Planejamento Governamental
- RS. - N.1. Porto Alegre: Secretaria do Planejamento, Mobilidade e
Desenvolvimento Regional, 2016.
Futuro
RS: agenda de desenvolvimento: alternativas para o desenvolvimento
do Estado a partir da dinamização da indústria de transformação: cadernos para
o futuro 3 / Departamento de Planejamento Governamental - RS. - N.1. Porto
Alegre: Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, 2017.
http://www.cavegeisse.com.br/inicio - Acesso em 15/11/2018
https://www.vemdauva.com.br/o-que-e-terroir/ - Acesso em 15/01/2018
[1]
Aluna do Curso de Museologia-UFRGS em situação
extracurricular no curso de Desenvolvimento Regional - Campus UFRGS Litoral
Norte.
[2] Terroir é
uma expressão da Língua Francesa sem tradução na Língua Portuguesa. Porém,
podemos entender como terroir o produto
que advém de um local com as características perfeitas para seu cultivo ou
elaboração ou fabricação. No caso dos espumantes da Vinícola Geisse, o local
escolhido em Pinto Bandeira apresenta estas características geográficas,
climáticas e de tradição e cultura. Este conjunto garante a excelente qualidade
de seus produtos.
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