terça-feira, 20 de novembro de 2018

Relatório Saída de Campo


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
CAMPUS LITORAL NORTE
DEPARTAMENTO INTERDISCIPLINAR
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Disciplina: Etnodesenvolvimento (DIL01211)
Prof. Dr.: Olavo Ramalho Marques


Isabel Ayala[1]

Relatório de Saída de Campo:
Projeto Botos da Barra em Tramandaí-RS e Aldeia Tekoá Ka’aguy Porã - Retomada Mbyá-Guarani em Maquiné-RS
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INTRODUÇÃO

          Este relatório apresenta as atividades externas ocorridas no dia 20 de outubro de 2018, realizadas como parte do cronograma da disciplina Etnodesenvolvimento (DIL01211), oferecida no Curso Desenvolvimento Regional do Campus Litoral Norte (CLN), na qual estou matriculada no semestre 2018/2. Participaram alunos do Campus Litoral Norte, vinculados às disciplinas Etnodesenvolvimento e Processo de Construção de Identidades, o Professor Olavo Ramalho Marques (ministrante das duas disciplinas), alunos do Campus do Vale de Porto Alegre, do curso Bacharelado em Geografia, vinculados à disciplina Geografia do Brasil e o Professor Marcos Freitas (ministrante da disciplina), formando um grupo de, aproximadamente, 20 pessoas entre docentes e discentes.
          No presente trabalho relato duas visitas técnicas a locais da região do litoral norte do Rio Grande do Sul: Projeto Botos da Barra, em Tramandaí (Destino 1) e Aldeia Tekoá Ka’aguy Porã - Retomada Mbyá-Guarani, em Maquiné (Destino 2). Apresento a seguir o contexto de cada comunidade visitada e o desenvolvimento das atividades.

LOCAIS VISITADOS

Destino 1 - Projeto Botos da Barra
         
           O Projeto Botos da Barra chega à comunidade como ação de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que objetiva esclarecer, difundir e preservar a cooperação entre o homem e a natureza e que procura estabelecer, também, uma relação cultural com a sociedade. Projeto  é realizado pelo Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos do Instituto de Biociências da UFRGS (CECLIMAR/IB/UFRGS) em parceria com a Petrobrás.  Refere-se a um diálogo da Universidade com a comunidade sobre a pesca cooperativa que existe há muitos anos entre os pescadores artesanais de tarrafa e os botos (golfinhos),  junto à Barra do Rio Tramandaí.  Poderia referir-me apenas à "Pesca Cooperativa junto ao Rio Tramandaí" ou "Botos da Barra do Rio Tramandaí". No entanto, o Projeto Botos da Barra reforça a ideia de harmonia com a natureza e traz informações e material físico de divulgação que nos faz perceber, de forma muito efetiva e afetiva, esta interação socioambiental que ocorre no Sul do Brasil. Através da página do Projeto em uma rede social, descobri que os botos são carinhosamente batizados pelos pescadores e pude ter acesso a alguns vídeos, inclusive, com Geraldona e seu filhote caçula, Ligeirinho.
          Além disso, existe o estudo e a preocupação pela preservação das espécies marinhas através de seu monitoramento e o acompanhamento e subsídios para o fortalecimento desta atividade, o que beneficia também, os pescadores artesanais.  O local desta parceria entre os botos e os pescadores artesanais é a Barra do Rio Tramandaí, na divisa dos municípios de Tramandaí e Imbé, distante 12km do Campus Litoral Norte. Este foi o ponto exato de encontro entre as turmas envolvidas na saída de campo.

Atividade: Para esta atividade foi cedido um microônibus da Universidade, guiado por um motorista profissional. O veículo da UFRGS veio de Porto Alegre, na manhã do dia 20 de outubro, com a turma do Professor Marcos Freitas e passou pelo Campus Litoral Norte e imediações para o embarque dos alunos do litoral e do Professor Olavo Marques. Cheguei no local (Figura 1) da visita técnica, por volta das 10hs e 40min, em companhia da colega Flavia Santos, pois nos deslocamos de forma independente neste início das atividades, por morarmos relativamente mais próximo à Barra do que ao CLN.

Figura 1 - Localização da Barra do Rio Tramandaí.
Fonte: https://goo.gl/maps/jqFZo2TSwJv

          Chegando na Barra encontramos os professores e demais colegas já no local para a  observação aos movimentos de pescadores e golfinhos. Perdemos algumas conversas iniciais e esclarecimentos dos ministrantes, porém, conseguimos explorar o ambiente ao redor e seguir interagindo com nosso grupo acadêmico. Muito interessante ficarmos tão próximos a um canal onde as águas do mar e do rio se encontram. O local é um parque de dunas, rodeado por um lado pelo Oceano Atlântico e por outro pelo Rio Tramandaí. Um local impressionante, onde vemos residências e restaurantes próximos, barcos pequenos atracados no lado de Imbé e um navio de pesca (ou de carga) no mar. Somando tudo isso à presença dos golfinhos, dos pescadores, de pessoas passeando nas areias, arrisco em dizer que este lugar é mágico.     Não chegamos a conversar com os pescadores que estavam em atividade durante nossa visita, a não ser um cumprimento ou saudação cordial por estarmos ali.
          Para nosso deleite, dois golfinhos apareceram e ficaram em atividade com os pescadores até nossa saída. Não cheguei a confirmar se, por acaso, seriam Geraldona e seu filhote. Registros fotográficos foram feitos pelo Professor Olavo e alguns colegas. No entanto, eu não consegui registrar imagem dos botos pois minha câmera de celular não permitiu tal proeza mas, a visão ao vivo já foi gratificante.  A pesca pareceu não ter sido muito proveitosa nesse dia, pelo menos no turno em que estivemos por lá.
          Cheguei a ver um pescador largar uma tainha ao lado de sua bicicleta[2] no momento em que Flavia e eu chegávamos ao encontro do grupo de colegas e professores. Na hora em que estávamos indo embora o peixe ainda estava vivo e ouvi alguém do grupo de alunos comentar algo sobre devolver o "coitado do peixe"  para a água. Comentei, então, que presenciei o momento em que o pescador havia deixado o animal ali (o que salvou, pelo menos, o almoço deste pescador). Brincadeiras à parte, percebi que todos os pescadores usavam a mesma indumentária (Figura 2).
         
 
Figura 2 - Pescador artesanal na Barra do Rio Tramandaí.
Foto: Isabel Ayala - 20/10/2018

          A roupa especial é necessária para sua proteção do frio e as botas de
neoprene[3] os protegem de qualquer material cortante ou perfurante. Notei, também, uma certa quantidade de lixo plástico nas imediações do local da pesca cooperativa, talvez deixada por visitantes ou trazida pelas águas. Alguns peixes mortos também foram vistos na areia. Inclusive, um deles parecia ser um 'bagre" ou "cação". Mas, como não tenho conhecimentos específicos e muito menos científicos neste assunto, prefiro não afirmar.

          Informações e mais detalhes sobre como ocorre a pesca cooperativa, podemos acessar facilmente, no material presente no local (Figura 3).


Figura 3 - Material informativo do Projeto.
Foto: Isabel Ayala. 20/10/2018

          Saindo das areias da Barra, nos direcionamos ao ônibus, onde seguiríamos todos juntos na sequência das atividades, até o final do dia. Partimos dali, rumo à RS 030, caminho do próximo destino.  Após uma parada para o almoço em um restaurante localizado às margens da rodovia, seguimos até o município de Maquiné.


Destino 2 - Retomada Mbyá-Guarani - Aldeia Tekoá Ka’aguy Porã
         
          Em primeiro momento, reconheço que assim como a maioria dos brasileiros, não tenho o conhecimento satisfatório em relação à diversidade de povos indígenas que vivem em nosso país. De acordo com o Censo IBGE 2010, quase novecentas mil pessoas formam as nações indígenas no Brasil, distribuídas em áreas rurais e urbanas. Mas, além de dados técnicos e estatísticos, também é importante entender quem são os Povos Indígenas. Muito antes da chegada dos europeus neste território que atualmente denominamos  América (do Sul, Central e do Norte), haviam seres humanos que habitavam territórios específicos.
          A própria denominação "Povos Indígenas" ou "Índios" deriva do suposto equívoco dos navegadores que pensavam tratar-se da Índia, quando atracaram suas embarcações por este território, há pouco mais de quinhentos anos. No entanto, com o uso recorrente da palavra, até mesmo os próprios indígenas de autodenominam desta forma. A estas populações ou povos antigos, podemos chamar de originários, pelo fato de já estarem nestas terras bem antes da chegada e ocupação dos povos europeus e da imposição de sua cultura ocidental. A maior parte da população indígena no território brasileiro está distribuída em milhares de aldeias por todo o território do país. Estes povos da atualidade, fortemente vinculados de forma cultural e histórica às nações originárias é que podemos chamar de Povos ou Nações Indígenas. E índio é qualquer indivíduo membro destas comunidades e que seja reconhecido como tal, pela própria.    
          Dentre as inúmeras etnias indígenas no Brasil, destacamos neste estudo o Povo Guarani, especialmente, o subgrupo Mbya. Embora os Guarani, assim como a grande maioria da população indígena das Américas, tenham sofrido inúmeras interferências  por séculos e da dispersão de suas aldeias, os Mbya se reconhecem plenamente enquanto grupo diferenciado. Apesar da ocorrência de casamentos entre os subgrupos Guarani (Mbya, Kaiowa e Ñandeva), os Mbya mantêm uma unidade religiosa, características linguísticas[4] e hábitos alimentares bem determinados, que lhes permite reconhecer seus iguais mesmo vivendo em aldeias distantes entre si, independente do território delimitado pelas nações ocidentais (países ou estados dentro de um país).
          No Rio Grande do Sul, desde o dia 27 de janeiro de 2017, vinte famílias Mbya retomaram uma área no Município de Maquiné, na região do litoral norte. Na área em questão, funcionava a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO), de responsabilidade do Governo Estadual. Logo após a extinção da fundação, os indígenas criaram uma aldeia no local, reivindicando a demarcação em favor da comunidade Mbya, como luta pelo direito ao futuro, ao mesmo tempo preservando o espaço e a cultura de seus ancestrais. Trata-se de uma luta pela memória de seus antepassados e não uma invasão pois, reivindicam a retomada de um território que já os pertencia desde antes da chegada dos conquistadores europeus.

          Atividade: Chegamos na entrada da aldeia, no interior do município de Maquiné (figura 4). Foi decidido que o ônibus não seguiria pela área indígena, devido ao acesso estreito e às condições da estrada de terra e o mesmo ficou estacionado ao lado do antigo pórtico de entrada da extinta FEPAGRO.

Figura 4 - Entrada da Retomada Mbya Guarani.
Fonte: https://www.flickr.com/photos/alanuiza/40051783871/

          Desembarcamos e seguimos a pé, guiados pelo professor Olavo, por um trecho de aproximadamente cem metros (talvez mais), margeado por arbustos e diversas espécies de árvores, de vários tamanhos, inclusive frutíferas. Neste trecho, passamos por uma construção da aldeia (lado esquerdo da estrada), a qual não chegamos a ter acesso, onde visualizamos algumas mulheres e crianças. Porém, percebi que a dimensão desta construção era quase a mesma do espaço de convivência que nos seria apresentado logo a seguir.
          Ao chegarmos quase ao topo do caminho, que apresentava um certo aclive, já nos foi possível perceber a lateral da construção do espaço de convivência e aprendizado (lado direito da estrada). Ao chegar de fato onde ficaríamos por um considerável tempo, visualizamos algumas pessoas preparando seu almoço coletivo debaixo de uma estrutura coberta. Pelo aroma, assavam carne em fogo de lenha. Várias casas típicas do modo de construção Guarany também foram visualizadas. Logo a nossa frente, então, estava a casa de convivência, onde fomos recebidos pelo Cacique André Benites. Após as saudações de boas vindas e nossos agradecimentos por nos receberem, fomos convidados a entrar no espaço. Como havíamos planejado levar algumas doações, entre alimentos, brinquedos, roupas e livros, deixamos os presentes no interior deste espaço, próximo de onde Cacique André estava acomodado para nos oferecer sua fala. Deixei alguns livros e peças de roupas, como contribuição e agradecimento, os quais ficaram junto às demais doações dos professores e colegas.
           Em seguida, nos apropriamos de alguns banquinhos que estavam dispostos ali e nos  posicionamos em círculo, para ouvirmos o Cacique. Entre vários assuntos, reivindicações, esclarecimentos e desabafos justos, percebemos que nós, os juruás (não-índios) temos uma grande dívida com estas populações descendentes dos povos originários. André também nos informou que o espaço no qual estávamos -  uma escola autônoma Guarani, a Tekó Jeapó - havia sido erguido por diversas pessoas, entre índios e não-índios (Figura 5).

Resultado de imagem para "Tekoá Ka’aguy Porã" Maquiné
Figura 5 - Cacique André Benites e a estrutura inicial
da escola autônoma
Fonte: Internet - Campanha de apoio para construção da Tekó Jeapó


          Arquitetos, pessoas da região, universitários e profissionais diversos, entre brasileiros e outras nacionalidades ajudaram no levante da obra. Inclusive, muitos deixaram suas marcas nos desenhos em alto relevo nas paredes. O prédio com muitas características de bioconstrução, mesmo com detalhes que fogem um pouco da temática ecológica, como a cobertura de telhas industrializadas de fibrocimento (citadas pelo próprio cacique), além de proporcionar a interação e a integração social entre os indivíduos e famílias da comunidade da Retomada, abriga aos visitantes não-índios da aldeia (Figura 6). Para tanto, existe em cada extremo da casa, um mezanino para acomodação de quem, temporariamente, venha conviver com a comunidade da Retomada.

Figura 6 - Escola Guarani - Tekó Jeapó
Foto: Flavia Santos - 20/10/2018

          Enquanto ouvíamos o cacique André, as mulheres, os mais jovens e as crianças mostravam-se presentes aos poucos. As mulheres organizaram seus artesanatos nas bancadas de madeira que haviam dentro do centro de convivência, um jovem dedilhava um violão, outros meninos brincavam com diversos instrumentos. Infelizmente, neste dia não pude adquirir nenhuma peça de arte. Após a fala emocionante de André, agradecemos a oportunidade de estarmos ali e fomos convidados a assistir ao Coral da aldeia, ainda dentro do centro de convivência.
          Assistimos a uma demonstração da cultura Mbyá Guarani, com canções e danças oferecidos pelos jovens da comunidade. Após a apresentação, fomos convidados a realizar um trilha na mata. Imagino que todos os visitantes participaram desta caminhada de reconhecimento e interação, guiada por alguns adolescentes e crianças. O caminho pela mata serviu para dar uma certa emoção ao trajeto. Alguns colegas perdiam a paciência e demonstravam não estar confortáveis em ficar para trás na fila. Imagino que ainda tenhamos muito a aprender com as comunidades tradicionais. Notei a grande diversidade entre vegetação e insetos, no interior da mata. Enfim, no final do trajeto desta trilha proposta por nossos anfitriões, nos deparamos com uma clareira que tratava-se de outra área com mais casas no estilo Mbya Guarani (Figura 7), onde uma jovem porquinha veio nos receber, além de patos, galinhas e alguns cães. Os animais circulam livremente pelo espaço da aldeia.
A imagem pode conter: árvore, planta, céu, grama, atividades ao ar livre e natureza
Figura 7 - Habitações da Aldeia Retomada
Foto: Flavia Santos - 20/10/2018

          Por toda a aldeia, percebi a existência de hortas ou roças. Tanto na trilha, quanto nesta segunda área visitada, notei também, que havia alguns estreitos cursos de água ou, pelo menos, alagadiços por onde conseguíamos atravessar apenas com auxílio de alguma estrutura de madeira, caso não quiséssemos molhar ou deixar os sapatos com lama. Provavelmente, o sucesso das roças está diretamente ligado a esses pontos, o que indica tratar-se de um local que, de fato, possibilite e reforce o modo de viver da nação Mbyá Guarany. Por onde tivemos acesso percebi muitas árvores frutíferas. Provavelmente, em parte, produção de experimentos e pesquisas da extinta FEPAGRO.
          Após algum tempo conhecendo esta parte da aldeia, interagindo com os animais e comendo pitangas, guiados e informados pelo jovem que nos acompanhava desde a trilha, saímos deste local pela mesma estrada de terra a qual nos levou ao centro de convivência, logo na nossa chegada à aldeia. Apenas voltamos um pequeno trecho para voltar à Tekó. O que me deixou em primeiro momento, desorientada, pois ao realizar a trilha me parecia que eu estava muito mais distante do local de origem do que realmente estava. Desconsiderando minha ignorância, em particular, com relação ao espaço visitado, percebi que leigos podem se perder facilmente em qualquer mata fechada.
          Nos reunimos novamente em frente à casa de convivência - a Tekò Jeapó - onde visualizei o Cacique André lendo um dos livros que deixei como presente. Após um tempo de descanso, começamos a nos despedir das pessoas da comunidade que estavam próximas a nós. Me despedi do Cacique André, pedindo permissão para um dia voltar, ajudar e aprender mais. Gentilmente, ele disse que eu seria bem-vinda à aldeia.
          Seguimos então, nosso caminho em direção à entrada/saída (antigo pórtico da FEPAGRO) pra embarcarmos no ônibus da universidade. Investimos aproximadamente umas três horas nesta visita dentro da aldeia. Logo depois, no percurso da volta, os alunos e professores do CLN desembarcaram em pontos estratégicos de Osório e Tramandaí, para sua volta pra casa. O professor Marcos Freitas e seus alunos seguiram para a cidade de Torres-RS, no mesmo ônibus da  Universidade.







CONSIDERAÇÕES FINAIS

          Durante o tempo em que ficamos na Barra, percebi a grandiosidade geográfica do lugar, pois foi minha primeira vez na Barra do Rio Tramandaí. Incrível, olhar para um lado e ver um enorme navio no mar e olhar para  outro lado e testemunhar esta maravilhosa interação entre os seres humanos e os animais, em meio a uma natureza tão singular. Tudo isso muito próximo de um eixo urbano.
          A visita à Retomada, me fez perceber com muito mais clareza a luta destas comunidades para viverem com dignidade e da forma que lhe é de direito, conforme seus ancestrais. Conforme as palavras do Cacique André Benites, transformar os jovens para serem autônomos. Ensinar para o mundo, para viver na sociedade. Daí eles terão autonomia para escolher seu caminho sem regras do juruá. Tendo autonomia e responsabilidade, temos tudo para aprender e fazer[5]. 
            A presença dos Mbya, hoje, nestes espaços de terra que já foram solo de seus antepassados, garante a preservação tanto da mata nativa ou de reflorestamento que nos resta, quanto dos animais que vivem em todo este ecossistema, assim como das fontes de água. Confesso que também jamais havia visitado uma aldeia indígena. Visitar a Aldeia Tekoa Ka’ aguy Porã me fez perceber o quanto devemos às comunidades tradicionais.         
          Agradeço por fazer parte de uma instituição de ensino que trilha seu caminho pela inclusão e que envolve a comunidade acadêmica com as comunidades de seu entorno. Estas visitas foram de suma importância para percebermos a diversidade social e ambiental que existe na nossa região e a relação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com as comunidades tradicionais que estão próximas e, no entanto, na maioria das vezes, longe de nosso olhar, de nosas preocupações, ações e certezas enquanto indivíduos não-índios (juruás) e totalmente inseridos numa sociedade individualista.


REFERÊNCIAS

https://pib.socioambiental.org/pt/Quem_s%C3%A3o#Povos_ind.C3.ADgenas.3F

http://www.amigosdaterrabrasil.org.br/2017/01/30/retomada-guarani-mbya/

http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/566588-nhanderu-no-comando-a-retomada-mbya-guarani-de-maquine-rs

https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guarani_Mbya#Situa.C3.A7.C3.A3o_fundi.C3.A1ria_e_territorialidade

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/apoio-para-construcao-da-escola-teko-jaepo-em-maquine-rs









[1] Aluna do Curso de Museologia-UFRGS em situação extracurricular no curso de Desenvolvimento Regional - Campus UFRGS Litoral Norte.
[2]Meio usado pelos pescadores da Barra para seu deslocamento e transporte do pescado até suas residências. Usam uma caixa para armazenar o equipamento e  o produto da pesca. Fonte: material informativo do Projeto, junto à entrada do local.
[3] Neoprene foi o primeiro material de borracha sintética a ser produzido em massa, sendo usado inicialmente nas roupas de mergulho, devido a sua vocação isotérmica. Atualmente, pode também ser encontrado em correias de ventilador do carro e em materiais promocionais. As principais características do Neoprene são: flexibilidade, elasticidade, resistência e proteção térmica e elétrica. Fonte: Internet
[4] Minhas irmãs, meus parentes, nosso pai verdadeiro (Nhanderu ete)! ... A nossa palavra sempre que sai da nossa boca é nosso pai que libera, nosso pai que libera a nossa fala para nós todos e para todos os que estão aqui no mundo dentre os nossos parentes. Trecho do discurso de recepção de visitantes Mbya vindos do Brasil, proferido pelo líder espiritual das aldeias de Iguaçu – Misiones, Argentina, 1997.      Fonte: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guarani_Mbya#L.C3.ADngua
[5] Trecho retirado do site https://www.vakinha.com.br durante campanha de apoio à construção da Tekoa Jeapó. Endereço virtual completo: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/apoio-para-construcao-da-escola-teko-jaepo-em-maquine-rs

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